23 de jan. de 2013

Úteis e descartáveis...

Num tempo em que pra tudo existe prazo de validade, até as pessoas e as relações também assumiram essa característica, amizades (se é que se pode chamar assim), relacionamentos afetivos que antes eram verdadeiros, intensos e quem sabe para sempre, atualmente parece ter seu tempo determinado, ou mesmo até que se termine a sua utilidade, após expirarem se tornam completamente descartáveis e se joga fora com uma facilidade imensa.

O apreço que se recebe é proporcional ao que se pode interessar, do contrário não há valor, é como se não existíssemos, e isso é um tanto revoltante! Afinal não somos ferramentas, mas pessoas que possuem sentimentos e se isso não é levado em consideração em nada nos diferenciamos dos animais, que, por mais que sejam chamados de irracionais apresentam mais racionalidade por estarem sempre ligados ao seu grupo, ao passo que os humanos que se chamam racionais deixam evidente toda a sua irracionalidade.

E daí que por falarmos em sentimentos, o mais belo de todos, o amor é tratado com a mais absoluta falta de sensibilidade, se ama e desama com uma facilidade tremenda, das três uma: estamos numa sociedade de carentes que após a carência superada a pessoa amada se torna completamente obsoleta, ou, numa  sociedade egoísta que o bem-estar próprio é maior do que o sentimento, ou, a necessidade de satisfazer o prazer sexual é mais importante do que o amar. Quaisquer uma das três situações além de absurdas são inaceitáveis, porém acontecem infelizmente...

Se ser humano é ser respeitado por sua utilidade, enquanto for interessante, é melhor ser considerado por objeto, porque de humanidade essa relação nada tem, a coisificação do homem é o decreto do seu fim.

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