25 de out. de 2012

O retorno do guerreiro


Do alto da montanha o guerreiro visualiza as muralhas do castelo com seus estandartes em azul celeste e vermelho carmesim adornadas por franjas douradas e o brasão de seu reino, seu coração bate acelerado por conta da expectativa e da memória que o faz viajar num oceano de boas recordações que o fazem sentir os aromas e sabores, ver pessoas e lugares que deixou para trás quando da sua casa partiu para viver suas aventuras mundo a fora.

Com passos ansiosos e apressados se dirigiu para o castelo radiante de alegria pela estrada com um sorriso infantil estampado no rosto. Já podia ouvir as vozes das pessoas no mercado, a música da taberna, o cheiro das flores e o canto dos pássaros no jardim em frente ao Castelo. Subiu as escadas correndo e gritou por toda a sua família que se aproximou em clima de festa para celebrar a sua volta.

O Rei e a Rainha (seus pais) anunciaram que haveria uma semana de festas para comemorar o retorno do Príncipe Guerreiro, houveram grandiosos bailes e banquetes em que toda a corte do reino e dos reinos vizinhos estavam presentes para homenageá-lo.

Passadas as festividades encontrou-se com seus amigos para se iterar dos fatos que aconteceram em sua ausência e eles o convidaram para uma reunião de sua sociedade que se chamava Omnis Virtus que congregava a juventude da corte em torno de estudos alquímicos e filosóficos.

Ao chegar na reunião o Príncipe fora recebido com as honras reais e se sentou no lugar que foi reservado, e, para recebê-lo fizeram uma programação especial com a apresentação dos valores da Congregação Omnis Virtus que norteava os princípios dos jovens do Reino:


  • Se adaptar diante das situações, porém mantendo a essência, assim como a Água independente de estar em qualquer dos estados da matéria continua sendo Água;

  • Ter estabilidade ser e estar seguro, assim como a Terra permite a firmeza em nossos passos sobre ela;



  • Manter a nossa vontade, nossos instintos, nosso animo, renovando-os sempre, assim como a chama do Fogo nos aquece;

  • Amar e respeitar a vida, pois ela é como o Ar essencial a tudo o que há no mundo;


Havia ainda uma alegoria que ilustrava a importância do Ser que dizia sobre rosas, diamantes, chumbo e ouro que eram as coisas mais abundantes e preciosas do reino e então um Orador começa a recitar a fórmula contida num pequeno texto.

Nós temos intima ligação com as rosas, os diamantes, chumbo e o ouro:


  • As rosas nos remetem a beleza, a delicadeza, a pureza que devem ter nossos atos, assim como a nossa fragilidade por conta da ação do tempo. 



  • Os diamantes nos indicam a nossa solidez e preciosidade, assim como no estado bruto necessitamos de outros diamantes para que possamos ter uma bela lapidação, em outras palavras, o aprendizado pelo bom exemplo, a necessária fraternidade entre os homens.



  • O chumbo representa o nosso EU interior, as limitações que buscamos nos desprender em constante evolução com a finalidade de minimizar e extinguir nosso negativo aperfeiçoando nossas virtudes.



  • O ouro simboliza a nobreza e a dignidade que devemos ter, assim como a iluminação que devemos buscar por meio de nossa elevação moral e espiritual.


Ao ouvir tais coisas se lembrou do pequeno livro recebido no convento e se retirou para o castelo fazer suas reflexões, porque vira que tanto o Convento como a Congregação lhes forneceram valorosos ensinamentos e que não poderiam ficar restrito apenas a corte, foi então ter com o Rei e disse-lhe que iria viajar novamente, levando o conhecimento adquirido por onde quer que fosse.

E assim fez, retomou sua jornada, não mais como um guerreiro, mas como um buscador, que iria ensinar o que sabia em troca de novos conhecimentos. "Afinal, vida e o conhecimento são complementos um do outro" escrevera em sua caderneta antes de sua partida.

22 de out. de 2012

O guerreiro e o monge...


Após a longa jornada que percorreu buscando curar suas feridas e suas dores se refugiando em sua solidão, e, ter ouvido o conselho dos seres míticos e das feras da floresta eis que o nobre guerreiro avista um lugar conhecido, que seu coração sentiu segurança. Era a grande fortaleza do Convento dos Monges da Antiga Tradição.

Chegando nos portões fora recebido com calorosa acolhida por um velho monge que foi seu mestre na infância ensinando-lhe as leituras, as contas, os traços da construção, assim como a arte da espada e da guerra. Agora sua função seria outra assumiria a responsabilidade de ser o conselheiro e confessor, o guerreiro então ao abraçar o velho sábio chorou como chora uma criança de dor.

Recebeu do Convento um aposento com o conforto e as honras de um verdadeiro herói, mas em seu peito a bravura de antes estava abalada, sentia a necessidade de resgatar sua essência para poder forjar como aço as instruções que recebera dos seres sábios outrora.

Então o monge por ver a aguda dor que seu pupilo sofria foi até a biblioteca de onde tirou uma caderneta vermelha que trazia a inscrição em dourado: PAX SAPIENTIA CORATICUM VIRIBUS PURITAS HUMILITATE PRAEGRESSUS VICTOR e foi até o quarto onde o guerreiro estava encerrado em suas dolorosas reflexões.

Ao ver o pequeno livro, o guerreiro volta no tempo relembrando dos guardiões do reino em que foi o general do exército, das feras e dos seres míticos que encontrou em sua caminhada até o convento, e, relendo a capa tudo passou a ter sentido, ele mesmo havia escrito o livro, era seu testamento antes da saida do convento para se tornar um homem e um virtuoso guerreiro.

Foi aí que o monge começou a questionar o guerreiro... O que a vida fez com você? Onde está o meu discipulo que tinha o brilho do fogo em seus olhos? Estou te desconhecendo! E o guerreiro não conseguia responder a nenhuma das perguntas seu queixo apenas tremia e seus olhos vertiam lágrimas, quando o monge disse pare de chorar, esta é sua casa! Como você voltou para ela eu te trarei de volta! E começou a ler o que estava escrito na primeira página do livro.

O livro dizia que para se tornar um guerreiro era fundamental:


  • Sempre se recordar de quem se é, acreditando e amando a si próprio acima de qualquer coisa, causa ou pessoa.



  • Cultivar a paz interior pois com seu auxilio se encontra o equilibrio e se age com tranqüilidade. 



  • Receber o conhecimento e ao fazer uso dele alcançar a sabedoria que lhe ensinará sempre a disciplina e a visão que um guerreiro precisa ter. 



  • Manter aquecida a chama da coragem tendo animo para seguir em frente e força para superar seus adversários.



  • Ter pureza de coração, tendo sempre integra a sua essência.



  • Humildade para reconhecer seus superiores, reverenciando-os, assim como reconhecer seus erros e buscar repará-los em tempo oportuno.



  • Evoluir buscando se adaptar as situações de conflito para que no momento certo consiga enfrentá-las ou mesmo minimizá-las.



  • Vitória, que ao seguir todos esses passos será conquistada.


O guerreiro se retirou por uns instantes, foi ao tanque onde se limpou pela primeira vez quando criança, vestiu-se com os trajes do iniciante, pegou seu livro e escreveu: "Eis que o ciclo da vida se cumpre". Pois entendeu que é necessário voltar às raizes, juntar-se aos seus tendo o conforto do amor fraternal por apoio. Foi até o joalheiro do convento e mandou fazer um anel, que chamou de aliança da virtude e com a qual firmou o compromisso diante de seus pares que sempre que mirasse a ela se lembraria do CÓDIGO DA ANTIGA TRADIÇÃO.

E, mais uma vez saiu do convento e voltou como o filho pródigo para o reino de seus pais.

21 de out. de 2012

Só sei que nada sei...


Dizia Sócrates: "Só sei que nada sei e o fato de saber isso me coloca em vantagem sobre aqueles que acreditam que sabem alguma coisa". 

Imediatamente parei para refletir essa máxima e após muito pensar cheguei a conclusão de que ela diz a respeito de que não podemos afirmar, pois tal atitude nos coloca em exposição, que cultivar a humildade e reverenciar a sabedoria e a experiência de quem vai à frente é importante, pois afinal de contas o conhecimento é infinito, porém o ato de conhecer finda quando expira nossa existência terrena.

Sócrates com isso fomenta a discussão, quebra o paradigma da verdade absoluta provocando o questionamento do "Quem sou eu?", "Onde estou?", "Pra onde vou?" que como eternos buscadores que somos vivemos atrás dessas respostas que se apresentam diante das escolhas que fazemos e da nossa necessidade de se transformar e se adaptar a cada lance da vida em razão da incerteza e da relatividade que rege a humanidade, mostrando que a vida não é uma ciência exata mas uma soma de conseqüências!

20 de out. de 2012

Alimentar-se, um ritual sagrado.


Em todas as refeições que fazemos ao longo da vida existe por trás delas uma ritualistica, que podemos observar que se inicia a partir do momento em que se elabora os pratos a serem servidos, a disposição dos lugares à mesa, a escolha das bebidas, enfim todos os detalhes que fazem parte dessas ocasião que faz parte da nossa rotina independente de ser um jantar requintado, ou, o trivial arroz com feijão de todo dia.

A importância desse sacro momento podemos tirar de alguns exemplos ao longo da história: 


  • Cristo partilhou o pão com seus discípulos;



  • Os gregos ofereciam banquetes em honra ao deus do vinho Baco;



  • As fraternidades que oferecem Agapes para celebrar a unidade e o amor incondicional entre seus partícipes;


Entre outros tantos que nos mostram que devemos tirar o maior proveito e ter total reverência, pois houve trabalho e dedicação para que pudéssemos fruir de um delicioso alimento.

Quando me refiro em tirar proveito é no ato de sentar-se à mesa, ter uma conversa agradável onde o riso possa imperar proporcionando uma atmosfera positiva, pois não estamos apenas saciando nossa fome, estamos partilhando convivência, união, harmonia, quanto a reverência digo a respeito da gratidão, em nome da benção de podermos comer uma boa refeição, junto de pessoas que amamos, por termos o que comer enquanto tantos outros não tem, por isso penso que agradecer cada um em sua fé a dádiva deste momento único que é a alimentação.

Uns chamam de etiqueta, eu chamo de ritual de amor!

Que Deus, o G.´.A.´.D.´.U.´. venha nos abençoar em nossas refeições sempre...

17 de out. de 2012

Palhaço...


Respeitável público, alô criançada o palhaço chegou... seres admiráveis são os palhaços que mesmo em sua profunda tristeza, com suas máscaras e caras pintadas transformam o nosso choro em riso, e transbordarmos de alegria por meio de suas traquinagens armações e piadas, quando a gargalhada corre solta aliviando as dores da vida pela alegria e paz que transmitem...

Por isso é que chorar é preciso (às vezes), mas rir sempre é o melhor remédio! Não há dor que dure eternamente, o sol há de brilhar e fazer resplandecer o arco íris depois de cada tempestade, afinal de contas dias melhores sempre, eu repito SEMPRE vem!

Deixemos a criança que vive dentro de nós aflorar, permitamos brincar, pintar o sete, ser um pouco irresponsável, para amenizar o ciso que ser adulto nos imputa 24 horas por dia com as cobranças e tensões que nos faz sofrer em nosso cotidiano, façamos o nosso lado palhaço fluir e descarregar todas as angustias que nos prendem e nos limpe de toda a negatividade que nos corrói...

Sorria, sempre!

12 de out. de 2012

Crianças...


Meu desejo para todos é que tenhamos vivas dentro de cada um de nós a criança que fomos na nossa infância, que os sorrisos, gargalhadas, brincadeiras e diversões façam parte dos nossos dias, que as preocupações e aborrecimentos dos adultos não ocupem nossas mentes e que possamos viver felizes, compartilhando nossas alegrias com todos a nossa volta!

Para as crianças, que aproveitem ao máximo esse momento, que façam todas as traquinagens possíveis e tomem todas as broncas que os pais nos dão e depois esquecem, que ralem os joelhos, os cotovelos, que briguem na rua e depois de cinco minutos façam as pazes e as risadas e as brincadeiras voltem a reinar...

Que os adultos respeitem a inocência, a virtude e a verdade de todas as crianças, que não queiram torná-las adultas antes do tempo, com as angústias e responsabilidades que assumimos com o passar do tempo, mas que as crianças tenham o direito de viver com dignidade e felicidade esta fase dourada de suas vidas!

3 de out. de 2012

Dor...


Como disse meu amigo Djair Souza, " a tristeza tem seu lado salutar", hoje entendo o que ele quis dizer e digo que a dor também é salutar! Sim... porque a dor é quem nos chama atenção para nossas doenças e males, quer sejam do corpo, ou, do coração e então procuramos o remédio, que nos traz a cura!

Minha mãe diz que "tudo que arde, é amargo cura", tendo um grande significado isso pra mim desde a infância quando ela passava merthiolate nos meus ralados, e, quando me dava aqueles xaropes horríveis para a tosse/garganta, agora assume um caráter simbólico de que as vezes temos que sentir o coração arder, perceber o gosto amargo das lágrimas que derramamos, para poder ressurgir a autoconfiança e se levantar do chão, se recuperar das dores, secar as lágrimas e seguir em frente.

Então a dor não é sofrimento, é aprendizado... "após a tempestade vem a bonança" é como diz o ditado, e a alegria renasce e damos um novo sentido para a vida. Portanto, ao invés de reclamar e ficar remoendo, sofrendo, sempre é tempo de "levantar, sacudir a poeira, dar a volta por cima"!

2 de out. de 2012

Felicidade e Alegria...

Analisando certos pontos da minha vida e fazendo algumas observações sobre algumas leituras que fiz há um certo tempo, comecei a fazer uma relação entre a felicidade e a alegria e cheguei a conclusão que tanto Krishnamurti (Filósofo Hindu) e Vinicius de Moraes (Cantor, Compositor, Poeta e Escritor) tem toda razão ao falarem com propriedade a respeito do tema que discorro neste texto...

Num dos textos de seu livro "Diálogos sobre a vida" Krishnamurti nos diz que: "a felicidade é um estado transitório", de acordo com o autor ela está ligada com as realizações materiais humanas, tendo o homem que buscar a felicidade de tempos em tempos numa busca sem fim...

Já Vinicius de Moraes no "Samba da Benção" é quem dá a fórmula: "É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração". O que mostra que a alegria está em nós, faz parte do nosso eu interior e que só cabe a nós manter a luz acesa...

Então ao invés da incansável e angustiante corrida em busca da felicidade que tem sempre fim, como descrito na música "A Felicidade" de Tom Jobim. Que tal se nos amarmos mais e darmos vazão a alegria que está dentro de nós?

Faces da moeda...


Impressionante como às vezes nos deparamos com situações e pessoas que imaginamos ser de uma forma, pois se apresentam de uma maneira impecável, e, com o tempo as mascaras vão caindo e vamos nos decepcionando ao ponto de querer nos afastar delas, seja por um tempo ou definitivamente, uma triste verdade!

Infeliz daqueles que pensam que somos bobos, pois a cada passo deles estamos dois a frente... se iludem que somos sempre bonzinhos só porque somos educados e prestamos cortesia. Por outro lado só estamos analisando quem é quem no "jogo" da vida...

"Eu sei quem trama e sei quem tá comigo...", essa frase é batida pela malandragem, mas tão em desuso como aquela... "não é todo mundo que eu respeito, pois existem canalhas por todos os lados", se querem sacanear, que assim seja! se querem xingar, que assim seja! Mas que fique claro às vezes não somos tão previsíveis  submissos e passivos... afinal de contas a cobra dá o bote quando menos se espera, e, até o mais manso dos gatos avança quando está acoado, então jamais devemos pensar que sempre será a mesma reação, pois o ser humano costuma dar aquilo que recebe... Os fins justificam os meios, já dizia Maquiável!

E é assim vendo as faces da moeda que vamos aprendendo a viver, afinal a VIDA é uma eterna escola, e uma dura professora...