28 de jun. de 2012

Oito ou Oitenta...

Aos poucos estamos nos tornando exagerados, queremos estar sempre á frente, buscar sempre o melhor, vencer a qualquer custo. Embalados pela ganância que move os anseios da maioria ao desejarem o topo do mundo, baseados na possibilidade e na oportunidade de conquista rápida, muitas pessoas não medem esforços e fazem o que for preciso para terem o que querem perdendo a direção de suas vidas e o bom senso, se transformando em verdadeiros obsecados, por que não dizer viciados em alcançar a perfeição e a vitória.
Perdendo a referência do que é necessário e útil, logo suficiente para se viver, se mantendo vivos amparados pelo radicalismo de ter ou não ter, entrando em mil conflitos consigo próprio porque incutiram a idéia de que é fundamental ter status para ser reconhecido como alguém. E, vivemos nessa loucura egoísta a qual somos submetidos desde a infância, quando vemos os pais a fazer comparações entre seus filhos, Seria isso de fato preciso? Competições, comparações, a corrida atrás dos louros da fama?
E vamos que vamos nessa desenfreada batalha desbravando nas lutas os resultados que se busca intensa e porque não dizer irracionalmente, reproduzindo o que Darwin diz de que só os fortes sobrevivem e que o mundo adaptou tão bem à realidade humana, homem devorando homem. Uma antropofagia com uma unica razão estar entre os melhores.
O rótulo nunca foi tão procurado como é atualmente: a melhor escola, o melhor carro, o melhor isso, o melhor aquilo a questão da excelência nunca foi tão levada a sério como é hoje, e, como reflexo disso temos tantos abismos em nossa sociedade.
É evidente o oito ou oitenta os extremos do sucesso e do fracasso, em que o equilibrio entre o ser e o ter não existe e tudo fica a mercê da temporária satisfação pessoal e a plenitude tão almejada pela busca da perfeição e da vitória, acaba se tornando efemera, mostrando mais uma vez que Karl Marx tinha razão posto que "tudo que é sólido se desmancha no ar".

Um comentário:

  1. Rafinha, exagerado que sou, não paro nos 80, mas chego aos 800 facilmente, para depois se necessário na mesma e desabalada carreira tomar sentido inverso e retrogrado, por isso fecho descontruindo/reconstruindo a citação com a referência ao título do livro do Milan Kundera: Se o que é solido desmancha no ar... Desmancha por ser pesado. Esta é a minha insustentável leveza de ser.

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