22 de dez. de 2012

Um padre, uma cidade e a paternidade...

Por 6 anos eu residi na cidade de Poços de Caldas,sul das Minas Gerais, berço das minhas origens, logo que lá cheguei me deparei com algumas situações bem interessantes: uma escola de samba que sabe o resultado do carnaval por antecipação, provar lanches gigantes do tamanho de um prato de comida (e se aguentar comer não pagar a conta), descobrir que a travesti mais famosa do país é irmã do chefe da guarda municipal, subir a trilha do Cristo no verão (um sufoco), no inverno sair de casa sem blusa de manhã porque faz sol e a noite descobrir que tá 0 grau e bater o queixo, mas a história mais interessante que soube foi a de um Monsenhor que teria tido alguns filhos com a empregada da casa paroquial, isso mesmo minha gente um padre com filhos de sangue...Este padre era famoso por rezar missas rapidamente, jogar na loteria e também fumar seu cachimbo, mas o que ele gostava mesmo era de fugir ao celibato.

Conheci um discipulo dele, que além de defensor da moral e dos bons costumes, era monarquista e seguiu o exemplo do padre, porém foi mais esperto (ou diria descente), pois formou um casal com uma noviça e ambos deixaram seus votos para constituir familia e advinha quem celebrou o matrimônio? o próprio padre "papador"...hoje em dia este casal tem por volta de 14 filhos, seguindo a risca o mandamento: crescei-vos e multiplicai-vos...

Toda vez que eu questionava ao discipulo que ao abandonar a batina passou lecionar filosofia (apenas filosofos católicos diga-se de passagem, pois refutava os protestantes e judeus e negava aos ateus) ele dizia que se tratava somente de boatos que a cidade espalhava, então quem sou eu para discordar não é? (mas que era fato era)

E assim, desenvolvi por alguns anos debates acirrados com o professor que chegou a me imputar o código canonico, na tentativa de me intimidar, quando revelei a ele que não era católicoe que essa lei não se aplicava a mim e que ele não poderia me penitenciar devido ao fato de não obter o sacerdócio, tendo em vista que ele escolheu a familia no lugar da batina...

E por essa razão eu não assistia as aulas dele, assinava a presença e caia fora, estudava a matéria pela ementa do curso e tirava notas boas o que deixava ele furioso... Quanto ao padre "papador", morreu nos anos 90 deixando seu mistério no ar...

3 comentários:

  1. Mano, tenta conseguir alguma entrevista com um dos filhos dele. Quanto à cidade, fui a Poços duas vezes. Maravilhosa cidade, quero voltar lá ainda. Abraço mano.

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  2. É mineirinho, mineirinho... cada cidade com seus mistérios e seus causos! Por isso que eu sempre estou por lá! ;-)

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