6 de nov. de 2012

O sábio e a sabedoria


Sócrates buscava responder a questão: " O que é a natureza ou realidade última do homem?", formulando a partir dela algumas de suas teorias, dentre as quais temos a do "conhece-te a ti mesmo", cuja qual acredito ser o embrião da formação de um SÁBIO, pois é a partir de nosso auto-conhecimento, das nossas reflexões e auto-críticas é que se começa o processo de formação do individuo. A partir daí se inicia a busca externa por meio do conhecimento que se resume na busca das respostas sobre: "Quem sou eu? Onde estou? Para onde vou?" que podemos relacionar com a máxima socrática "só sei que nada sei e o fato de saber isso me coloca em vantagem sobre aqueles que acreditam que sabem alguma coisa", sinalizando aí os passos que o homem dá rumo as suas descobertas e sua conseqüente evolução.

Por falar em evolução, logo podemos falar da construção da SABEDORIA, que podemos tecer a seguinte analogia: o homem é como um diamante em estado bruto que sofre a ação da lapidação por meio da aquisição do conhecimento, que aliado ao caráter, aos atos e a experiência em conjunto com a humildade, prudência e transparência, sendo coerente e ético, se transforma num belíssimo diamante que adornará um belo colar. Então o processo de se tornar um SÁBIO não é restrito a poucos "escolhidos", mas todos aqueles que desejam sê-lo, tendo como pano de fundo todo o conhecimento disponível ao longo do tempo, bastando apenas se despir dos preconceitos, da arrogância e do comodismo, abrindo a mente e observando o meio para que o desenvolvimento de novas idéias possam acontecer, amadurecendo-as, proporcionando a transformação de si mesmo.

A partir de então faz-se necessário que o sábio utilize da sua sabedoria, dando continuidade no seu processo de transformação. Mas como fazer isso? Pelo reconhecimento de que nada é finito e portanto cabe a ele o exercício de sua sabedoria através da troca de idéias (dinâmica dialética). Pois aquele que julga saber tudo está cego pela ignorância, porque tudo muda constantemente. 

Até aqui vimos que todos podemos desenvolver a sabedoria tornando-se um sábio, há que se fazer uma consideração como tudo é relativo  não há como mensurar a sabedoria de uma pessoa versus outra, lembremos que cada pessoa é o seu próprio universo e que existem diferenças entre um e outro não podendo também haver margem de comparação. Penso que fazer qualquer julgamento a respeito de mensuração ou comparação é pura arrogância e com isso reflete a ignorância e não a sabedoria do individuo, cabe a ele reconhecer que a sua sabedoria não é superior mas complementar a dos demais.
Indo um pouco além, concordo com a afirmação que diz que a sabedoria "é um atributo daquele que enxerga", retomando a importância do conhecimento de si mesmo, assim como do seu próximo, pois o conflito das realidades proporciona a amplitude da visão, a elevação da consciência, levando a sensatez. 
Que nos remete ao contexto do conselheiro que pode atender ao seu mestre como aquele que ainda é aprendiz.

Por fim fica a reflexão: A natureza do homem é ser SÁBIO? E sua ultima realidade seria a SABEDORIA? 

3 comentários:

  1. Segundo Platão que transcreve o discurso,em sua "Apologia" o que Sócrates alega é também a perseguição por parte daqueles que vêem em si mesmos sabedoria.
    E, como um golpe certeiro e mortal, em seu discurso afirma: “Não acredito saber aquilo que não sei.” E discorre sobre políticos, poetas e escritores, artífices... E sobre seu erro: O de acreditar que por serem hábeis em suas artes, também se julguem sapientes em outras, tais e de maior importância. É esse o erro que obscurece o seu saber. O de acreditar saber mais do que sabe.

    Djair
    http://prajalpa.blogspot.com

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  2. Respostas
    1. Helder, soube pelo brother Djair da sua recomendação muito grato!

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