3 de mar. de 2013

Prematuros...

Antes a prematuridade era vista com certa reserva, talvez um pouco de medo por conta das crianças que nasciam antes do tempo, hoje se estimula a precocidade, quanto mais cedo melhor e começa da infância com os pequenos adquirindo rotinas, comportamentos e hábitos de adultos com a suposta intenção de prepará-los para a vida.
 
Daí que são submetidos a pressões, a compromissos força-se o amadurecimento de quem apenas deveria brincar e se divertir, aos poucos receber as coisas da vida, mas diante dessa dita necessidade de antecipar provocam stress de toda ordem e isso é preocupante!
 
Se com as crianças é assim, o que dizer do universo adulto? em que tal fenômeno se vê de forma oposta ao que acontece com os infantes. Sentimentos surgem e desaparecem instantaneamente, relacionamentos que começam e acabam sem nem saber o porque, percepções que se transformam a cada dia e vidas que são ceifadas (por acidentes, suicidios e doenças) antes daquilo que poderia ser previsto pelo histórico de familia, milhares de razões que sentimos o impacto dessa voluptuosa mudança dos tempos.
 
Então ficam as perguntas: Seria mesmo necessário tanto estímulo provocando aquilo que não é natural para extrair o máximo do potencial das pessoas e com isso provocar distúrbios, ansiedade, dor e sofrimento devido ser "preciso" forjar capacidades, habilidades e atitudes em quem ainda está se descobrindo? Não estaríamos exagerando na dose e abreviando fases as quais são fundamentais para a boa condução e evolução do ser humano? E com isso não promoveríamos a depressão e morte interrompendo sonhos de uma vida que tinha tudo pela frente?
 
Por essas e outras que talvez penso que estou num anacronismo, porque acredito que tudo tem seu tempo e não nos cabe forçar para que as coisas acontecerem, por isso as frutas, comidas não tem o mesmo sabor, as flores não tem o mesmo perfume, as pessoas não tem mais viço na vida, tudo se tornou "uma mesma coisa" e poucos se dão conta disso.
 
Assim, ainda vejo a criança, num corpo de adulto que resiste a esse mundo do qual não se quer participar, por ter a crença de que tudo isso pode ser diferente, e tem o desejo de fazer tudo mudar...

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