Não vou mentir... gosto de um corpinho bonitinho de um rostinho bonitinho afinal quem não gosta? Venho observando nos meus caminhos diários a diversidade cultural, pessoas vestidas de diferentes formas, conhecimentos populares únicos e diversos - pego os trens da CPTM, linha DIAMANTE (Julio Prestes - Itapevi) e nesses momentos vejo muitas coisas legais, ouço conversas, enfim muitas informações adquiridas ao longo do tempo, o que me faz refletir... que riqueza podemos ter ao receber e analisar cada perfil que aparece e nos aprofundar em sua concepção e aprender com cada um deles, seríamos mais completos e não haveria tantas diferenças que existem e se acentuam ao longo dos anos...
Isso ocorre porque essa "sociedade" a população que enfrenta a luta do dia a dia é ignorada e o que é levado em conta é a aparência o estereótipo montado pela midia em homens e mulheres através da industria da artificialidade (do silicone, da lipoescultura, dos spa's, das academias de ginástica) - quero deixar claro que não sou contra os cuidados com a saúde, mas essa indústria tem trazido frustrações há muitas pessoas trazendo transtornos alimentares e de personalidade, seja porque a pessoa é considerada feia, ou porque ela é bonita, se é gordinha e quer ficar magra e sedutora ou se é magra e deseja ter curvas... situações nas quais se esquece da saúde e vale tudo exatamente tudo para ostentar a imagem ditada pelos padrões de beleza e da moda, pois esta indústria aliada a mídia transmite a necessidade de bustos redondos dotados de "ml's" de silicone, barriguinhas saradas à base de malhação constante e dietas irracionais ou mesmo lipoaspirações, bumbuns maravilhosos criados em centros cirurgicos, ou modelados com calças modeladoras e tratamentos estéticos de eletroestimulação, sendo montagens magnificas a personificação da Vênus de Michelangelo, verdadeiras raridades que a mídia traz todos os dias para nos fazer babar diante de nossas televisões com as "gostosas do momento" sejam elas loiras, morenas, mulheres fruta , atrizes, modelos entre outras representações de "arte".
Quando me refiro a industria da artificialidade é porque nenhum desses tratamentos para se alcançar a alquimia da perfeição estética gasta-se rios de dinheiro em clínicas especializadas e outras nem tão especializadas assim que aproveitando do nicho de mercado criado por essa demanda da beleza, onde charlatães abusam da boa fé das pessoas dizendo ter a fórmula milagrosa e enganando com planos mirabolantes parcelados em milhares de vezes e que na maioria das vezes não trazem resultado algum para sua clientela (isso quando não traz prejuízo), mas com certeza as cifras aumentam nas contas dessa máfia que se aproveita desse boom do marketing das grandes clínicas de estética para abarrotar seus cofres com altas cifras de dinheiro ganhos através da lábia e da má malandragem com promessas vazias que iludem e prejudicam quem cai na onda dessa industria.
Concordo com a premissa de que "nem toda mulher é só bunda" (Rita Lee), prefiro um cérebro sadio com idéias bem construídas, um bom papo, idéias próprias do que um corpo construído com as mais modernas técnicas da medicina estética movido por um chip de papagaio (cérebro que só reproduz não tem idéias próprias), assim como concordo com outra frase de Vinicius de Moraes que diz "as feias que me perdoem mas beleza é fundamental", pois lógico o bonito deve ser elogiado, mas não o exagerado, me refiro a beleza natural não a artificial embalado pela mídia, aquela que mexe mas não só por suas curvas mas também por sua essência aquela que só o bom e velho feeling pode traduzir.
Até aqui tenho falado da influência dessa onda nas mulheres, mas todos sabemos que este fenômeno tem arrebatado também as mentes masculinas, vemos nos homens a metrossexualidade encabeçado pelo seu ícone maior David Beckham, (com cortes de cabelo dos mais diversos possíveis, escova, tintura de cabelo, esmalte nas unhas, cremes, barba a laser e toda uma infinidade de coisas que estão disponíveis no mercado) coisas que só faz personificar o mito do deus grego Apolo, incentivando a beleza extrema e o conteúdo que interessa é deixado pra lá afinal é a embalagem que chama a atenção ou como diria a propaganda "a primeira impressão é a que fica".
Acho impressionante e inconcebível que seres humanos sejam tidos como objetos animados dotados apenas de aparência, tais como os semelhantes produtos que encontramos em prateleiras de lojas de departamento, supermercados e etc. ... . Assim vemos em voga a ditadura da beleza a qual impõe que homens e mulheres atendam ao padrão pré estabelecido pela moda e pela mídia que sabemos ser variável e sazonal, e que quando passam deixam seus frutos podres espalhados: os disturbios alimentares, os comportamentos excessivos, as bulimias, as anorexias, os barbitúricos e inibidores de apetite, as bombas anabolizantes entre outras coisas que destroem o organismo e o psicológico isso quando não leva a morte dos indivíduos que se acometem desse louco narcisismo exagerado colocado nas mentes dos que compram este modelo de perfeição.
Quando me referi a respeito da sazonalidade da moda e da estética podemos ver que ela é verdadeira esses padrões são muito diversos a exemplo disso temos o século XVIII que o biotipo ideal de homens e mulheres eram gordinhos, sim isso mesmo! gordinhos pois magreza a época era tido como reflexo de doenças, séculos mais tarde, mais precisamente no século XX por longos anos o tipo ideal era o da magreza, inspirado pela top model Twiggy o que levou e até hoje leva meninas a seguirem seu tipo físico, mesmo hoje estando na época das mulheres fruta e demais peças de carne que são expostas na TV.
Por outro lado, ao ver esse vai e vem de informações e de padrões, fica também o preconceito em relação aqueles que não conseguem atender as expectativas das regras dessa moda, os gordinhos, as magricelas, e todos os que estão fora desse padrão e que não leva a nada, pois nem tudo é o que parece ser !
Enfim, para concluir venho dizer que devemos ser autênticos e não ser aquilo que querem que sejamos, pois além de não ser original é completamente burro e infinitamente futil ou seja não tem utilidade nenhuma.
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